quarta-feira, 20 de julho de 2011

Doutrina dos Filmes Certos #1

Saudações, pessoas boas.
Como nessas férias meu tempo foi relativamente vago, consegui me dedicar aos livros e filmes que se acumulavam em minhas prateleiras. Bem, criei este post como forma de analisar a melhor característica de alguns desses filmes, cada característica sendo determinada por um tipo específico.
Vamos lá?

Tipo 1: Final Surpreendente.
Filme: A Ilha do Medo (Shutter Island)
Gênero: Suspense

Ao contrário do que o nome nos faz pensar, "A Ilha do Medo" não é um filme de terror (pelo menos eu não acho que seja). 
Com o objetivo de investigar o desaparecimento de uma "paciente", dois agentes federais, Teddy Deniels (Leo DiCaprio) e Chuck Aule (Mark Ruffalo) são chamados à uma prisão psiquiátrica (para loucos  perigosos) localizada em uma ilha, a Shutter Island Ashecliffe Hospital.
Porém, um dos agentes tem mais um motivo para estar ali: encontrar o assassino de sua mulher e de seus filhos. 
No meio da história, os agentes vão descobrindo inúmeros casos de negligência médica no tratamento dos pacientes e, aos poucos, a ilha vai se mostrando surpreendentemente misteriosa. 
Acreditem: nada do que vocês sabem ou acreditam saber no início do filme é verdade. O desfecho é incrivelmente inesperado e, com certeza, ao final você vai estar se perguntado "O que eu perdi?" e fazendo uma cara de idiota.
É uma história bem difícil de ser entendida logo de primeira. Eu, mesmo assistindo inúmeras vezes, não tenho certeza se eu entendi direito. Qualquer crítica negativa feita ao filme é qualquer coisa, menos verdade. Vale muito a pena assistir (não só porque tem Mark Ruffalo, mas porque a história é incrível)!

Tipo 2: Precisa-se de uma caixa de lenços!
Filme: A Vida Secreta das Abelhas (The Secret Life of Bees)
Gênero: Drama

Com certeza, se você se emociona facilmente (ou não) você vai chorar assistindo "A vida Secreta das Abelhas". E eu não digo isso baseada apenas em minha própria opinião, mas quase todo mundo que eu conheço que já tenha assistido esse filme precisou de um lencinho. 
A trama se passa nos EUA dos anos 60, época de grande intolerância racial como devem saber. Bem, o filme conta a história de Lily (Dakota Fanning), uma menina que perdeu a mãe bem cedo e foi criada pelo pai (Paul Bettany), um homem rude, frio e severo. Lily decide fugir de casa com o objetivo de saber mais sobre sua mãe, seguindo sua única pista pra isso: um pedaço de papel com a imagem da Virgem Maria e um endereço.
Se você está procurando um filme que vai te fazer soluçar só de ouvir falar o nome, com certeza este NÃO é o que você procura. Porém, "A Vida Secreta das Abelhas" traz muitas partes emocionantes e cheias de ideias e frases filosóficas. É uma história linda e, com toda certeza, merece ser apreciada.
"As vezes não sentir é o único meio para sobreviver".

Tipo 3: Bom do início ao fim.
Filme: Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds)
Gênero: Guerra

Depois deste filme, me tornei fã de carteirinha do diretor Quentin Tarantino. É um dos poucos filmes que posso chamar de "Obra de arte".
O filme se passa na França da 2ª Guerra Mundial, assolada por nazistas. O tenente Aldo Raine (Brad Pitt) é encarregado de reunir uma tropa de soldados com uma única missão: exterminar os nazistas.
Pra cumprir com esse objetivo é necessária armar muitas emboscadas e utilizar de meios cruéis.
Do outro lado da história encontra-se Shosanna (Mélanie Laurent), uma moça judia que viu sua família ser morta brutalmente pelos nazistas. Ao fugir para a cidade, acaba herdando um cinema. E é através dele que ela planeja sua vingança.
Sinceramente, queria muito mesmo que toda essa história tivesse sido verdade e que o desfecho da vida real fosse tão bom quanto foi o do filme, mas infelizmente vamos nos contentar com a ficção.
O filme é ótimo e não há uma única parte que não tenha sido produzida com perfeição. É muito bom para quem gosta de filmes sobre a 2ª Guerra Mundial (assim como eu).

Tipo 4: Lindo de se ouvir!
Filme: 500 dias com ela (500 days of Summer)
Gênero: Comédia Romântica

"This is a story of boy meets girl, but you should know upfront: this is not a love story. It’s a history about love".
E é assim que começa nosso filme. Lindo, não é?
Bem, "500 days of Summer" (em inglês faz mais sentido e você saberá porquê) conta a história de Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt), um rapaz que trabalha em uma empresa que fabrica cartões comemorativos. Tom acaba conhecendo e se apaixonando por Summer (Zooey Deschanel), uma moça que começa a trabalhar junto com ele.
Porém, a recíproca não é verdadeira. Summer é uma garota independente e tem medo de compromissos. Assim, mesmo ficando com Tom, acredita que não estão namorando.
O filme retrata desde o momento em que Tom encontrou Summer até o último dia que demorou para esquecê-la (não necessariamente nessa mesma ordem), totalizando 500 dias.
Como opinião pessoal, o filme é ótimo, mas o melhor de tudo é a trilha sonora escolhida para ele. As músicas são perfeitas, com direito à Mumm-Ra e tudo mais.

Tipo 5: Melhor adaptação de livro.
Filme: O Pequeno Príncipe
Gênero: Musical

 Se o garotinho do livro encantou muita gente, com certeza esse daqui vai encantar também. Foi um dos filmes, na minha opinião, que mais seguiram o que descreve o livro.
Não é necessário eu contar a história do filme aqui, já que ela é muito bem conhecida.
O filme é de 1974 (eu adoro filmes antigos), mas, mesmo tão antigo, teve uma produção que deve ser considerada perfeita, principalmente para a época.
Embora muita gente diga que esse filme é um clássico da "Sessão da tarde", eu só tive a oportunidade de conhecê-lo comprando o DVD mesmo, o que valeu muito a pena.
RE-CO-MEN-DA-DÍS-SI-MO!
P.S.: O ator que interpreta a raposa é o mesmo que interpretou Willie Wonka na primeira versão de "A Fantástica Fábrica de Chocolate", Gene Wilner.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Resenha #4 - As Crônicas de Nárnia

Olá, pessoas boas!
Ultimamente tenho lido pouco (para o que eu costumava ler antes) e isso eu devo à redução do meu tempo vago a quase nada, o que é uma consequência (não exatamente ruim) da "vida" universitária. 
Em suma, embora tenha lido alguns poucos títulos nos últimos meses, só postarei aqui a resenha do último, qual seja, "As Crônicas de Nárnia - Vol. Único" de C. S. Lewis.
A motivação principal à minha leitura foram os filmes recém lançados da saga e a posição do livro nas listas de "melhores livros de todos os tempos".
Bem, como sabem, "As Crônicas de Nárnia" conta a história da terra de Nárnia, localizada num mundo diferente do nosso. 



LEWIS, C. S. As Crônicas de Nárnia. 2. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.

 
Livro 1 - O SOBRINHO DO MAGO:
A saga tem seu início com o primeiro livro, sob o título de "O sobrinho do Mago", que conta a história de Digory, um garoto que mora com seu tio. No desenrolar da história, Digory arranja uma amiga, Poly, e os dois descobrem que o tio do garoto é, na verdade, um mago que produziu anéis capazes de levar as pessoas a um outro mundo.Obrigados pelo homem a testar os anéis, as crianças acabam encontrando um "bosque entre mundos", que continha vários lagos (cada lago representando um mundo diferente). Assim, ao pular no primeiro lago, as crianças entram em um mundo sombrio, o mundo da Feiticeira Branca. Ao tentar sair deste mundo, as crianças acabam levando consigo a bruxa que, ao chegar na Inglaterra, põe terror na população. Devido à isso, as crianças são obrigadas a levar a bruxa de volta, porém não encontram o lago certo e acabam entrando no mundo de Nárnia, que até então não existia. Assim, assistem a criação desse mundo por Aslam, o Leão. A feiticeira consegue fugir e acaba permanecendo em Nárnia enquanto as crianças voltam pra casa.

Livro 2 - O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA ROUPA:
Foi o primeiro livro a se tornar filme (o que eu achei um erro gravíssimo, pois sem conhecer o primeiro livro o segundo se torna meio confuso). A principio deve-se compreender a história do guarda-roupa. 
Como já havia dito, a passagem pra Nárnia residia em usar anéis criados pelo tio de Digory. Porém este, ao crescer, herdou os anéis e os enterrou junto à uma semente de "maçã" (de Nárnia) que ele havia plantado em seu quintal, que cresceu e se tornou um linda árvore. No entanto, por causa de uma tempestade, a árvore caiu e com sua madeira Digory (ou professor Kirke) mandou fazer um guarda-roupa, o qual se tornou um portal para Nárnia. Assim, o segundo livro conta a história de 4 crianças (Pedro, Suzana, Lúcia e Edmundo) que, no meio da guerra, são acolhidos pelo professor Kirke em sua casa. No meio de uma brincadeira, uma das crianças acaba descobrindo o guarda-roupa e a entrada para o mundo de Nárnia, o que dá início a todas as aventuras seguintes.As crianças, ao entrarem em Nárnia, descobriram que a Feiticeira Branca (que havia permanecido lá) tomou o poder e estava cometendo barbáries com os narnianos. Assim, começaram a tentar ajudar os seus novos amigos, sem saber, no entanto, que isto fazia parte de uma profecia e que, logo, estariam ocupando os tronosd e Cair Paravel. Com a ajuda dos narnianos e de Aslam, as crianças conseguem derrotar a feiticeira e acabam reinando por muitos anos naquele mundo. Ao se aventurarem numa caçada ao veado branco, as crianças (que já não eram mais crianças) acabam encontrando a entrada do gurada-roupa e voltando à "sala vazia" no mesmo momento em que haviam saído de lá, há muitos anos narnianos atrás.

Livro 3 - O CAVALO E SEU MENINO:
Conta a história de Shasta, um menino adotado por um pescador que o maltratava e, por isso, o garoto acaba fugindo para Nárnia com um cavalo chamado Bri (um cavalo falante narniano). Durante a fuga, acaba encontrando Aravis, filha de um Tarcaã que também está fugindo (por estar prometida em casamento a um velho, contra sua vontade) com sua égua, Huin. Assim, as crianças e os cavalos acabam chegando a Calormânia onde encontram o rei Pedro e seus irmãos (que estavam lá a "negócios"). Shasta é imediatamente confundido com Corin (que havia fugido), filho do rei da Arquelêndia, e levado para os aposentos dos narnianos. Porém, Corin volta para casa e Shasta se vê obrigado a sair daquele local e fugir (para os túmulos, lugar em que tinha combinado de se encontrar com Aravis). Nesse meio tempo, Aravis descobre que os calormanos pretendem invadir a Arquelândia e, posteriormente, Nárnia e se vê obrigada a contar isso aos narnianos. Ao encontrar Shasta, ambos (e os cavalos) rumam para a Arquelândia e contam a história ao rei de lá que recebe reforços dos narnianos. Por fim, Shasta acaba descobrindo que, na verdade, é filho do rei e irmão gêmeo mais velho de Corin.
Livro 4 - O PRÍNCIPE CASPIAN:
Este é um dos únicos livros da saga que pode realmente ser resumido e o segundo a ser adaptado para o cinema. Conta a história de Caspian X, um telmarino que, após a invasão de Nárnia pelos telmarinos, se tornou príncipe. Porém, teve seu trono roubado por seu próprio tio, Miraz, e está sendo ameaçado de morte por este. Assim, pede a ajuda de Aslam, que o envia os irmãos Pevensie.
Com a ajuda destes e dos narnianos, Caspian X consegue derrotar as tropas telmarinas de seu tio e acaba tomando o poder, se tornando rei de Nárnia.

Livro 5 - A VIAGEM DO PEREGRINO DA ALVORADA:
Para mim é o melhor livro de todos. Foi o terceiro à receber adaptação para o cinema. É uma "continuação" do livro 4, pois ainda se passa no reinado de Caspian X. Caspian vai em peregrinação ao encontro das Ilhas Solitárias e do país de Aslam (que está além do Fim do Mundo), em busca de sete fidalgos banidos pelo seu tio. Assim, recebe a ajuda de Edmundo, Lúcia e Eustáquio, um primo chato dos Pevensie (Pedro e Suzana não voltam a Nárnia, pois já estão grandes demais). Em cada ilha, acabam encontrando uma aventura diferente. Em uma delas, Eustáquio, por causa de sua ganância, acaba se tranformando em dragão (o que o tornou bem mais simpático). Em outra, encontram uma estrela cadente (e sua filha, que acaba casando com Caspian) que os ajuda a chegar ao país de Aslam. Ao chegarem lá, e tendo encontrado 3 dos 7 fidalgos, os Pevensie se despedem e voltam para a Inglaterra.

Livro 6 - A CADEIRA DE PRATA:
Conta a história do retorno de Eustáquio e sua amiga, Jill, à Nárnia no final do reinado de Caspian X. Aslam os envia para que ajudem na busca de Rilian, o filho desaparecido de Caspian. Assim, têm a ajuda de Brejeiro, um paulama narniano muito pessimista. Juntos conseguem descobrir que Rilian foi hipnotizado pela Feiticeira Verde (que, pelo que entendi, era uma cobra em forma de mulher) com o intuito de esta reinar sobre Nárnia. No decorrer da história, as crianças conseguem derrotar a feiticeira e quebrar o encanto do jovem que retorna a Nárnia e reina por muitos anos.

Livro 7 - A ÚLTIMA BATALHA:
O início deste livro é um tanto quanto chato. Conta a história do macaco Manhoso e do jumento Confuso que encontraram uma pele de leão boiando num rio. Manhoso teve a ideia de vestir Confuso com a pele de leão para que, assim, pudesse se passar por Aslam, e assim foi feito. Com isso, conseguiram enganar muitos narnianos e se aliar aos calormanos, o que causou grande tragédia à Nárnia. Por isso, Jill e Eustáquio retornam a Nárnia na tentativa de ajudar o verdadeiro rei. Mesmo com todos os recursos empenhados, as crianças e o rei não conseguiram fazer com que os narnianos desacreditassem no macaco e, por isso, Aslam põe um fim em Nárnia, colocando os que acreditam nele num novo mundo, muito parecido com o anterior, só que melhor. Também nesse livro há o retorno dos Pevensie à Nárnia (exceto Suzana, que não mais é "amiga de Nárnia", pois perdeu a crença no que viveu), juntamente com Digory e Poly. O final é surpreendente e triste ao mesmo tempo, com a descoberta da morte de todos os "amigos de Nárnia", inclusive os pais dos Pevensie, por causa de um acidente de trem.

Como opinião própria, posso dizer que sou adepta à concepção de que o autor se apegou, sim, ao cristianismo para produzir a história. É bem visível a comparação entre Aslam e Jesus Cristo (embora isto pareça, a princípio, uma heresia). Bem, foi Aslam quem criou o mundo (nisso há uma comparação com Deus), foi ele quem, no livro 2, se sacrificou por Edmundo (um traidor), após humilhações, e "ressuscitou" ao amanhecer. Foi ele também quem provocou o "apocalipse" (o fim de Nárnia), fazendo uma seleção dos que mereciam ir ao "paraíso" e viver eternamente ao seu lado. Fora isso, a história de Shasta é bem parecida com a de Moisés. Entre tantas outras coisas, posso mencionar um trecho do livro, no qual, ao saber que não poderiam mais voltar à Nárnia, no livro 5, Lúcia e Edmundo travam um diálogo com o Leão:
"- Nosos mundo é Nárnia - soluçou Lúcia. - Como poderemos viver sem vê-lo?
- Você há de encontrar-me, querida - disse Aslam.
- Está tambem em nosso mundo? - perguntou Edmundo.
- Estou. Mas tenho outro nome. Têm de aprender a conhecer-me por esse nome. Foi por isso que os levei à Nárnia, para que, conhecendo-me um pouco, venham a conhecer-me melhor."
Bem, contra este trecho, não há argumento que combata a semelhança entre o livro e a fé cristã e, por isso, e por também ser um conto de fadas bem trabalhado, achei FANTÁSTICO!
Taí. Obra mais que recomendada, não só pra crianças, como também para adultos (de mente aberta), merecendo mesmo estar entre as melhores de todos os tempos.

Dados do Livro:
Páginas: 751
Valor: 14,90 no Submarino, sem frete.