quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Conhecendo Sylvia Plath

Conheci-a por meio de uma revista que comentava sobre suicídios. Essa, com certeza, não foi a melhor forma de se descobrir alguém, fato que não me pôs muito curiosa sobre sua obra. Certo dia, voltei a encontrá-la no livro que estou lendo (Medo de Voar - Erica Jong, já comentado no blog). Então, decidi pesquisar sobre sua vida e acabei descobrindo uma mulher fantástica, jovem, com uma brilhante genialidade para a poesia e para o romance, mas com grandes dilemas.

Como é frágil o coração humano —
espelhado poço de pensamentos.
Tão profundo e trêmulo instrumento
de vidro, que canta
ou chora.


Silvya nasceu em 1932 em Boston, EUA. Começou a escrever suas poesias aos 8 anos de idade. No verão após seu terceiro ano na faculdade, Sylvia recebeu a posição de editora na revista "Mademoiselle", NY. A experiência não foi o que Plath esperava. Durante seu primeiro ano em Smith College, Sylvia tenta suicídio com uma overdose de narcóticos. Ela recuperou-se de seu estado, formando-se em 1955. Conheceu Ted Hughes e casaram-se no mesmo ano. Quando descobrem que Plath estava grávida, o casal se muda para a Inglaterra. É publicada a primeira coletânea de poemas chamada 'The Colossus'. Em 1961, Plath sofre um aborto, o que atrapalha o casamento, resultando em uma separação, em 1962. Sylvia então se muda para Londres com seus dois filhos, ali escreve 'A Redoma de Vidro' (livro que está entre minha lista de 100 melhores), seu único romance. Em fevereiro de 1963, Plath se suicida tomando uma grande quantidade de narcóticos e deitando sua cabeça no forno, com o gás ligado.


Canção de Amor da Jovem Louca

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro

Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer

(Acho que te criei no interior da minha mente)


Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.


Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama,
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade.

(Acho que te criei no interior de minha mente)


Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno:

Retiram-se os serafins e os homens de Satã:

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.


Imaginei que voltarias como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.

(Acho que te criei no interior de minha mente)


Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão

Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:

(Acho que te criei no interior de minha mente.)

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